quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Guia de carreiras: Engenharia de Petróleo

Organização prevê criação de 2 milhões de empregos no setor até 2020.
Uma das funções do profissional é maximizar a produção de petróleo

Responsável por maximizar a produção de poços e jazidas de petróleo e gás natural, o engenheiro de petróleo é um profissional cada vez mais requisitado no Brasil. Entre as descobertas na Bacia de Campos no Rio de Janeiro, nos anos 70, até o recente fenômeno do pré-sal, o mercado se expandiu, se consolidou e criou muitos postos de trabalhos, nem sempre ocupados com facilidade, por conta da escassez de profissionais com a formação ideal.
Marcelo Salomão trabalha como engenheiro de petróleo na Petrobras (Foto: Agência Petrobras de Notícias)Marcelo Salomão trabalha como engenheiro de petróleo na Petrobras (Foto: Agência Petrobras de Notícias)
A Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) prevê a geração de 2 milhões de empregos no setor petrolífero até 2020. Ainda, de acordo com o estudo da Onip realizado há dois anos, a área já movimenta cerca de 420 mil empregos.
O Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) que oferece cursos de especialização para a atuação no segmento projeta a necessidade de qualificar mais 201 mil profissionais até 2015, sendo cerca de 11 mil profissionais de nível superior. De 2006 até o momento, cerca de 90 mil profissionais concluíram cursos de várias modalidades.
"Em geral os engenheiros de petróleo não têm dificuldade de conseguir emprego. A contratação é grande, o mercado está em ascensão e há uma carência de profissionais", diz engenheiro de petróleo da Petrobras, Marcelo Salomão, de 54 anos.
guia (Foto: Arte g1)
Salomão tem mestrado e doutorado em engenharia de petróleo, mas quando se formou em engenharia civil pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em 1980, pouco conhecia a área de petróleo. "Diferente do cenário atual, nesta época havia pouca opção de emprego para os engenheiros. Fiz o concurso da Petrobras por causa de alguns colegas e passei. O mercado cresceu muito e tive sorte de fazer esta opção. Hoje a indústria do petróleo é reconhecida e respeitada."
Ele lembra que naquela época como não havia graduação específica, as empresas contratavam engenheiros com formações diversas e ofereciam treinamento. Hoje a situação é outra. Além da graduação, instituições de ensino possuem também cursos de qualificação profissional de nível médio, voltado para a prática do mercado.
A engenharia de petróleo ganha destaque até mesmo entre as demais engenharias, que voltaram a ter o mercado muito aquecido.  Ainda, segundo Marcelo Salomão, a tendência é de crescimento para os próximos anos porque os processos de descobertas das bacias sedimentares, de onde é possível extrair o petróleo, e construção de poços e plataformas são caros e demorados. E a presença dos engenheiros é fundamental em todas as etapas do trabalho.
Também é função deste profissional cuidar do transporte do petróleo e seus derivados desde o local da exploração até as refinarias e petroquímicas, bem como dar o destino correto aos resíduos. O engenheiro de petróleo pode tanto atuar no setor administrativo dentro de escritórios ou na parte operacional, nas plataformas marítimas. Dificilmente um profissional terá de conciliar as duas funções.
Salomão diz que o trabalho interno é fundamental para que o engenheiro tenha a percepção da magnitude das plataformas marítimas. "A atividade de planejamento é forte. É no escritório que se especifica o projeto de perfuração de poços, os produtos químicos que serão utilizados. Já tive de trabalhar embarcado, mas meu perfil é mais administrativo."
Plataforma de extração de petróleo da Petrobras (Foto: Agência Petrobras de Notícias)Plataforma de extração de petróleo da Petrobras (Foto: Agência Petrobras de Notícias)


Virtudes necessárias
Para se dar bem na carreira, Salomão destaca duas características fundamentais: gosto pelo estudo, já que o profissional não pode parar de aprender, e perfil para trabalhar em equipe.
O trabalho do engenheiro de petróleo está sempre ligado à tecnologia. As indústrias de petróleo utilizam softwares e aplicativos para desvendar cálculos e previsões matemáticas necessárias para interpretações geológicas, entre outras ações.
Outro aliado da profissão é a multidisciplinaridade, já que os engenheiros de petróleo nunca estão sozinhos nas missões. "Para planejar a retirada do óleo e transformá-lo em riqueza as equipes precisam estar entrosadas. O trabalho de planejar o número de poços que se vai perfurar, avaliar sua capacidade e as linhas que vão trazer o óleo até a plataforma, é multidisciplinar." Segundo ele, as áreas ambiental, de segurança, geologia e até economia se relacionam o tempo todo.
"O petróleo é a fonte propulsora de várias outras indústrias, e a engenharia de petróleo é uma profissão atrativa onde é possível aplicar grande parte do conhecimento adquirido na graduação", diz Salomão.

Fonte: Vanessa Fajardo

 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Descobertas de petróleo definem novo horizonte para exploração mineral em Sergipe

A partir do recente anúncio da descoberta de novos poços de petróleo na costa sergipana, a partir de informações da Petrobras, descortina-se uma nova fronteira de significado histórico para Sergipe, e de grande importância para o país. Em 2012, esta é a quarta descoberta de grande relevância anunciada pela companhia petrolífera, em dimensão ainda não totalmente definida, mas que aponta para a existência do chamado “óleo leve”, de alta valorização no mercado. Estas descobertas se somam às iniciativas já desenvolvidas pelo Governo do Estado para dinamizar a cadeia produtiva do petróleo, gerando empregos, renda e benefícios para a sociedade sergipana.

Graças a uma política planejada de atração de investimentos, capacitação de mão de obra com a primeira escola técnica de Petróleo e Gás sendo edificada em Carmópolis e parcerias para realização de diversas obras, essas novas descobertas serão decisivas para consolidar um novo patamar que será estabelecido em Sergipe no aspecto da exploração mineral. Junto com a importância do projeto Carnalita e o incremento da produção em terra, o anúncio das novas descobertas pela Petrobras revelam que Sergipe poderá contar ainda durante muito tempo com os benefícios advindos desta produção.

Descobertas
Conforme o anúncio realizado pela Petrobras, a nova descoberta, anunciada oficialmente no último dia 5 de dezembro, dá conta da existência de uma ‘nova acumulação de hidrocarbonetos leves’ em águas ultraprofundas, no poço denominado 1-BRSA-1108-SES (1-SES-172), localizado a 85 km de Aracaju, em profundidade de água de 2.583 metros.

De agosto a outubro de 2012, ainda de acordo com informações da empresa, também foram anunciadas novas descobertas nos poços 1-SES-168 (denominado Moita Bonita), 3-SES-165 (Barra) e 1-SES-167 (Farfan), todos em águas ultraprofundas (o que não é considerado pré-sal) da mesma bacia.

“Estas são descobertas muito significativas. A Petrobras, embora não tenha informado o tamanho da jazida, afirma que esta é uma nova fronteira de exploração para o Brasil, e não só para Sergipe”, observou o assessor econômico do Governo do Estado e mestre em Economia, Ricardo Lacerda.

O economista lembrou também que, de acordo com os próprios informes da empresa, depois da bacia de Campos (RJ) e de Santos (SP), a bacia que compõe o bloco Sergipe/Alagoas (SEAL) assume importância estratégica.

Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a produção sergipana (dados de outubro), é de 1 milhão e 240 mil barris/mês, dos quais 267 mil barris oriundos da produção marítima.

Ação Dinâmica
Nesse sentido, o Governo do Estado vem incessantemente buscando interagir com o Ministério das Minas e Energia e com a própria empresa petrolífera para dinamizar as ações que promovam a respectiva ampliação tanto de petróleo, quanto dos demais elementos que contribuem na cadeia energética do estado.
“Ainda que a Petrobras não tenha dimensionado a jazida, o que vai demandar estudos adicionais, a expectativa é de que as novas descobertas sejam algo muito representativo para Sergipe, garantindo que essa riqueza tão importante para o estado ainda permaneça por um horizonte longo de tempo gerando benefícios para os sergipanos”, contextualizou Ricardo Lacerda.

Outro aspecto importante lembrado pelo economista refere-se à qualidade do óleo existente que, conforme estudos preliminares apresentados pela Petrobras, refere-se a um material leve, de grande aceitação e valorização no mercado mundial. “Segundo as análises da empresa, a bacia Sergipe/Alagoas possui características geológicas semelhantes às de Gana, na África, que alcançou destaque internacional e alterou o mapa econômico do país, a partir da descoberta de uma jazida com mais de 1 bilhão de barris de petróleo em 2007”, acrescentou Lacerda.

Profissionalização
A consolidação das cadeias produtivas, a partir de uma determinação pontual do governador Marcelo Déda, também tem se consolidado em Sergipe, com uma vertente de atuação decisiva voltado ao adensamento da cadeia de petróleo e gás para que Sergipe possa oferecer internamente o conjunto de serviços que serão demandados para apoio à produção. “Isto agrega valor, pois faz com que empresas sergipanas ou sediadas aqui também vendam seus serviços, fazendo com que a circulação destes recursos beneficie a economia sergipana”, complementa Ricardo Lacerda.

Uma dessas ações específicas, busca atrair refinarias de petróleo que, mesmo não sendo diretamente vinculadas à Petrobras, gerariam novos postos de trabalho e recursos para os municípios envolvidos e para o estado. “Temos grupos interessados no desenvolvimento desse tipo de iniciativa que ainda realizam estudos preliminares”, informa o economista.

Perspectivas
Diante de todo esse contexto, fica patente que o Governo do Estado, a partir de uma ação incisiva do governador Marcelo Déda e do vice-governador Jackson Barreto, tem avançando de forma inconteste na consolidação das cadeias produtivas e na evolução de seu patamar de estado produtor na produção mineral e, sobretudo, no competitivo mercado de petróleo e gás, segmento de importância histórica e fundamental para o nível de qualidade de vida existente em Sergipe.

Fonte: Agência Sergipe

Construção naval brasileira avança com geração de empregos e expansão

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Rocha, divulga o balanço anual setor da construção naval mostrando que indústria de construção naval brasileira encerra o ano de 2012 com 367 projetos na carteira de encomendas dos estaleiros, gerando 62 mil empregos em diversas regiões do país.
É um setor consolidado, com datas de entregas previstas para navios, plataformas e sondas de perfuração até 2020. Tem perspectivas de mais encomendas nos próximos 10 anos. O emprego vai aumentar para 100 mil pessoas, até 2017, considerando nove novos estaleiros em implantação e a demanda de pessoal nos estaleiros atuais.
O setor apresenta uma distribuição em polos de construção naval regionais, cumpre seu papel na criação de uma nova categoria profissional, proporciona integração entre instituições de ensino e pesquisa e empresas.
A construção naval cumpre uma política de Estado de geração de empregos, formação de recursos humanos e aumento do conteúdo local a navios e plataformas.
Novembro 2012:
Fonte: Sinaval e estaleiros - * Informações do Sindnaval AM.

São empregos de qualidade, bem remunerados, com possibilidade de avanço na profissão, amparados nas normas de segurança e saúde do trabalho da NR-34, desenvolvida por comissão tripartite formada por trabalhadores, estaleiros e técnicos do Ministério do Trabalho e Emprego.
Um amplo programa de formação de recursos humanos, desenvolvido ao longo dos anos, está atuante envolvendo universidades, escolas técnicas e governos federal, estadual e municipal, em diversos polos navais regionais (Amazonas; Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
A carteira de encomendas dos estaleiros brasileiros representa 8% do total da construção naval internacional. O Brasil é destaque nas estatísticas mundiais na construção de plataformas e sondas de perfuração.
Uma demanda identificada até 2020, nas encomendas da Petrobras, atrai investimento de grandes empresas locais e internacionais. Entre as mil maiores empresas instaladas no Brasil 30 participam da atividade de construção naval, 13 são acionistas de estaleiros e 17 são fornecedoras.
Desembolsos do FMM - Os desembolsos do FMM, segundo a Controladoria Geral da União (CGU – Portal da Transparência), até novembro de 2012 representaram R$ 2,924 bilhão, confirmando a expectativa de desembolsos superiores a R$ 3 bilhões, ao final de 2012.
Os desembolsos através dos agentes financeiros com recursos do FMM, desde 2001, somam R$ 16,8 bilhões. Obras:
Fonte: Sinaval.

Os estaleiros brasileiros têm em sua carteira de encomendas 367 obras de construção naval e offshore.
Os destaques são as unidades de maior valor agregado: a construção e integração de 20 plataformas de petróleo e seus módulos de produção; 28 sondas de perfuração; 70 navios de apoio marítimo; os 66 navios petroleiros (incluindo produtos e bunker); e 15 navios gaseiros.
As obras do segmento de transporte fluvial deverão se ampliar nos próximos anos, em função da prioridade logística que reconhece a importância desse modal.
Permanecem tímidas, para as dimensões do nosso mercado, as encomendas de navios graneleiros e porta contêineres.
Navios petroleiros do Promef (Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro), plataformas de produção de petróleo e sondas de perfuração têm seu cronograma de construção definido, com datas de entregas previstas.
Navios do Promef: [Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro] | Situação da construção e previsões de entrega até 2020:
Plataformas de produção de petróleo - Os estaleiros brasileiros estão construindo 20 plataformas de produção de petróleo, das quais 14 inteiramente construídas no país. Seis cascos foram convertidos em estaleiros internacionais. É nítida ênfase na construção local desses equipamentos, implantando no Brasil uma ampla capacidade industrial para atender a demanda do segmento de produção de petróleo offshore.
Construção plataformas de produção de petróleo:
Fonte: Sinaval e Petrobras.

O FPSO Cidade de São Paulo, cuja construção e integração de módulos foi realizada pelo estaleiro BrasFELS, foi entregue à Petrobras em novembro de 2012, antecipando em três meses em relação ao prazo previsto (janeiro de 2013).
.Sondas de perfuração | Construção no Brasil: 28 sondas contratadas.
.Entregas realizadas e previstas:
Fonte: etrobras.

Novos estaleiros | Capacidade produtiva dos novos estaleiros em implantação: Fonte: Sinaval e estaleiros.
Os novos estaleiros em implantação aumentam em 70% a capacidade de processamento de aço do setor, representam investimentos no valor de R$8,7 bilhões, com previsão de gerar 24.700 novos empregos.
Conteúdo local-O aumento do conteúdo local nos fornecimentos a navios e plataformas offshore é uma prioridade no Sinaval, desde 2008. Em 2011 o Sinaval realizou o I Fórum de Conteúdo Local.
É uma política de Estado. Estão envolvidos neste esforço o Ministério da Fazenda (Caixa e BB); o Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior (ABDI e BNDES); o Ministério das Minas e Energia (Petrobras e Prominp); Ministério dos Transportes (Fundo da Marinha Mercante – FMM); Ministério da Ciência e Tecnologia (FINEP); instituições da iniciativa privada (ONIP, Sobena, Sinaval, Syndarma) e instituições de ensino e pesquisa (CEENO, UFRJ-Coppe, USP, UFPE e FURGS).
Polos Navais, tecnologia e inovação-A diversificação regional dos polos navais é uma realidade. Existem no Amazonas; Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A RICINO - Rede de Inovação para Competitividade da Indústria Naval e Offshore é um projeto da Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena),Centro em Excelência em Engenharia Naval e Oceânica (CEENO), Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítimas (SYndarma) e Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval).
Atua através de núcleos regionais no Rio Grande do Sul e Pernambuco, núcleo de projeto naval, em São Paulo; e núcleo de tecnologia no Rio de Janeiro.
O objetivo é coordenar ações de instituições de ensino pesquisa e instituições governamentais com os empreendimentos de construção dos estaleiros.
Esse esforço é essencial para aumento do conteúdo local nos fornecimentos, para suprir necessidades de tecnologia e apoiar a inovação no setor.
Em dezembro, o Prominp – Programa de Mobilização da Indústria Nacional do Petróleo e Gás anunciou que, a partir de 2013, será implementado o programa APLS - Arranjos Produtivos Locais, no entorno das regiões onde a Petrobras tem grandes empreendimentos em andamento (refinarias, complexos petroquímicos e construção de navios e plataformas).
Cinco projetos piloto serão implementados: Rio Grande (RS), Itaboraí (RJ), Ipatinga (MG), Maragogipe (BA) e Ipojuca (PE). O programa tem parceria com o Ministério do Desenvolvimento (Mdic) e com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A característica dos polos navais é a existência de um conjunto de estaleiros, a integração de ações de governos estaduais e municipais, universidades e escolas técnicas para formação de recursos humanos; a criação de centros de tecnologia.

Fonte: Revista Fator