segunda-feira, 30 de julho de 2012

Cresce mercado para geólogos

Empresas de mineração, petróleo e gás estão contratando geólogos, mas a ascensão profissional depende de constante qualificação técnica
São Paulo - A exploração de novas minas e o crescimento do setor de petróleo no brasil fizeram aumentar a procura por geólogos no último ano. o problema é que o profissional que o mercado busca — experiente e dono de conhecimento técnico aprofundado — não existe em número suficiente. "A grande questão é que é necessária muita especialização", diz Adriana caixeta, gerente de recrutamento da Michael Page do Rio de Janeiro.

Por causa disso, não funciona com geólogos a estratégia de pescar recém-formados e colocá-los para aprender na prática, tão comum em outras profissões. Como resultado, os mais procurados e cobrados têm entre 30 e 35 anos. "Eles se formaram há dez anos, têm experiência no mercado e já partiram para uma especialização acadêmica", diz Adriana.

Para se manter valorizado, o geólogo deve melhorar a formação, se possível no exterior. "Para cada terreno há um tipo de tecnologia diferente de exploração e por isso é importante ficar por dentro do que acontece na europa, nos Estados Unidos e, principalmente, no Iriente Médio", afirma bruno Fonseca, líder da área de óleo e gás da empresa de recrutamento hays.

"Você nunca pode parar de estudar. Mestrado, doutorado, pós-doutorado, troca de experiência com profissionais de outros países e constante conexão com as tecnologias estrangeiras são fundamentais para permanecer competitivo", diz Rogério Santos, professor de geofísica de petróleo na Universidade Federal Fluminense (UFF) e consultor técnico da Petrobras. "Por isso, nesse mercado, é importante trabalhar em uma empresa que invista na formação de seus profissionais."

Com perfil bastante técnico, reservado e mais individualista, o geólogo que deseja aproveitar o momento e encaminhar sua carreira precisa estar conectado. "Esse é um mercado de relacionamento. os profissionais dificilmente se candidatam a alguma vaga. A maioria das contratações é fechada por meio de indicação", diz Adriana, da Michael Page.

A boa notícia é que o campo de trabalho é tão restrito que praticamente todo mundo se conhece. "O geólogo hoje tem de conhecer as pessoas da área que possam indicálo para oportunidades que aparecem", conta Adriana.

Para quem está entrando no mercado, Rogério prevê dificuldade em conseguir o primeiro emprego e a competição com alguns profissionais estrangeiros mais preparados, que, fugindo da crise na Europa e nos Estados Unidos, têm buscado emprego no Brasil. "Não adianta se iludir achando que está pronto e parar no tempo. A concorrência é muito pesada", afirma Rogério, que vê a capacidade de absorver tantas informações como o principal trunfo da geração mais nova de geólogos. Luana Medeiros, de 28 anos, se formou há cinco pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Depois de oito meses de formada, sem conhecer ninguém e com um currículo de uma folha, resolveu ir para o Rio de Janeiro, por conta própria, bater na porta das empresas. "O início é complicado. Ninguém o conhece, você não tem uma área específica de atuação. Mas descobri que as companhias sempre querem contratar alguém para treinar", diz. Após muita procura, Luana encontrou uma vaga na PGP, consultoria que prestava serviço e em seguida foi comprada pela Vale.

Trabalhou por três anos em diferentes projetos, fez sua primeira viagem ao exterior e diversos cursos no Brasil, até ser indicada para a Queiroz Galvão Petróleo, no Rio de Janeiro. "O mundo da geologia é muito pequeno, as pessoas vivem pedindo indicação umas às outras", diz. A decisão de sair da Vale foi calculada. "Eu queria migrar para uma operadora de petróleo."

Há sete meses no novo emprego, Luana já fez três cursos de análise de risco e petrofísica e pretende começar o mestrado ainda no primeiro semestre. "Estou me sentindo atrasada. Na geologia, os cursos que fiz são equivalentes a uma graduação, todo mundo já fez", brinca.

Certa da área em que pretende se especializar e ciente da velocidade que esse mercado demanda para os profissionais mais jovens, ela já pensa nos passos que precisa dar adiante. "Esse é o meu caminho. Agora é correr."

Fonte: Exame

Jovens de olho nas 50 mil vagas no setor de petróleo e gás até 2015

Rio - Com a volta às aulas na maioria das instituições de Ensino Médio do Rio, é hora de os alunos planejarem o futuro. Os jovens devem ficar de olho nas chances que vão surgir nos próximos anos, como as mais de 50 mil vagas que, de acordo com a Petrobras, serão criadas até 2015 na indústria de petróleo, gás e energia. Para suprir essa necessidade, a estatal mantém o Profissões de Futuro: um portal de incentivo à formação técnica de jovens para que eles conquistem essas oportunidades.

 O site (www.profissoesdefuturo.com.br) alcançou 143 mil visitantes únicos em todo o País desde o início deste ano, quando entrou no ar. Do total, quase 44 mil são do Rio — estado que mais acessa o endereço.

 Segundo a Petrobras, muitos buscam orientação para os próximos anos no Profissões de Futuro. Os estudantes do Ensino Técnico lideram as visitas, com quase metade dos acessos (48%), seguidos de estudantes do Ensino Médio ou Fundamental (36%) e dos professores ou responsáveis (16%).

 Demanda crescente
 Atualmente, técnicos com Nível Médio já representam 63% dos empregados da petrolífera e estima-se que na cadeia de fornecedores essa proporção seja ainda maior. Há demanda crescente na empresa, e a oferta de profissionais precisa aumentar na mesma proporção.

 O DIA preparou um guia para ajudar o jovem estudante a planejar melhor a carreira nos próximos anos e, assim, conquistar a grande chance de entrar para o quadro funcional da estatal.

 Carreira na Petrobras rende salários de até R$ 20 mil

Quem pensa em ingressar na Petrobras ganha um bom motivo para começar a se preparar desde já: remuneração na empresa pode chegar a R$ 20 mil, dependendo do cargo. Jovens estudantes, com formação de níveis Técnico ou Superior, têm chances de construir carreira no setor de petróleo, gás e energia por meio da preparação para concursos da estatal.

 No último processo seletivo da empresa, que teve edital publicado em março, para Nível Superior os salários iniciais variavam de R$4.097 a R$4.414, com garantia de remuneração mínima de até R$6.883. Para Nível Médio, a variação foi de R$ 1.279,11 a R$ 1.857, com garantia de remuneração mínima de até R$ 2.896. E é só o começo: profissões no setor podem ter salários de até R$ 20 mil, no caso de engenheiros.

Segundo a gerente de planejamento e avaliação de Recursos Humanos da Petrobras, Mariângela Mundim, existem 36 carreiras para profissional de Nível Superior. No entanto, a especialista dá o passo a passo para os candidatos com formação técnica.

 “Nas carreiras de Nível Médio é exigido diploma de qualificação técnica, conforme o cargo pretendido pelo candidato, exceto para o cargo de Técnico de Administração e Controle Júnior, que exige o diploma ou certificado de conclusão de curso de Nível Médio”, detalha. Ela explica que, para todas as carreiras de Nível Médio, além de questões específicas para cada cargo, provas exigem conhecimento em português e matemática. Não é exigida qualificação em idiomas. Segundo Já para candidatos com Nível Superior, Mariângela observa que um segundo idioma é exigido.

De acordo com a especialista, para todas as carreiras dessa formação é exigido, no processo seletivo público, o inglês, conforme descrito em edital, incluindo compreensão de texto escrito dessa língua e itens gramaticais relevantes para a compreensão de conteúdos. Não é somente a Petrobras que está abrindo portas para os próximos anos, segundo Mariângela. “Essa é a hora de se preparar não só para vagas na estatal, mas para as que podem ser abertas na Indústria de Energia e toda sua cadeia de fornecedores”, destaca.

 O setor de petróleo, gás e energia é promissor, mas há outro caminho que ganha cada vez mais força. A gerente de RH observa: “Espera-se que o setor naval, ligado ao segmento (com estaleiros, navios, plataformas), também cresça expressivamente”. Endereço para planejar o futuro GUIA ONLINE Criado pela Petrobras, o site Profissões de Futuro (www.profissoesdefuturo.com.br) tem como foco incentivar jovens que estão concluindo o Ensino Fundamental a buscar especialização nas diversas áreas técnicas ligadas ao setor de petróleo, gás e energia.

 Para quem vai voltar ao estudos neste segundo semestre de 2012 e pretende pesquisar opções profissionais para os próximos anos, vale conferir o leque amplo de oportunidades que é apresentado no endereço da estatal. CONTEÚDO O conteúdo do Profissões de Futuro inclui o cenário da indústria de petróleo, gás e energia, notícias, informações sobre o mercado de profissões de Nível Técnico. Além disso, é possível encontrar informações úteis para a qualificação profissional, como links para as oportunidades oferecidas pelo Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural), Programa Petrobras de Formação de Recursos Humanos (PFRH) e Pronatec (Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica).

 NA WEB De acordo com a Petrobras, as páginas de profissões mais acessadas no Profissões de Futuro são Técnico de Operação, Técnico de Segurança do Trabalho e Desenhista Projetista de Arquitetura. Já as páginas de cursos técnicos e graduação tecnológica mais acessadas são Petróleo e Gás, Mecânica e Edificações. Com investimento de R$ 236 bi, aposta é em qualificação A Petrobras prevê um investimentos da ordem de R$ 236,5 bilhões no período 2012-2016.

Parte dessa aposta está no Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), criado em 2003. Trata-se de um programa que qualifica mão de obra para suprir necessidade de pessoal capacitado no setor. Desde o primeiro processo seletivo, em 2006, até hoje, quase 90 mil concluíram cursos gratuitos do Prominp em 17 estados, dos quais cerca de 20 mil eram no Rio. Atualmente, estão em curso as convocações dos aprovados no 6º ciclo de seleção do programa. Foram oferecidas 11.671 vagas, sendo 4.602 para o Rio de Janeiro. A expectativa é que, ainda neste ano, seja feito um novo processo seletivo.

Fonte: O Dia Online

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Shell lançou uma campanha em agosto de 10 poços exploratórios de perfuração


O programa marca o regresso do petróleo anglo-holandesa de produção de petróleo local,
O petróleo vai enfrentar o primeiro passo para explorar a Blancas serras e áreas águia Mora, que compartilha com Medanito, em busca de petróleo não convencional. O resort oferece a perfuração de quatro poços horizontais em Vaca Muerta. Em um segundo exemplo é colocado quatro furos outros e finalmente adicionou mais dois. O projeto envolve investimentos de U $ S 300 milhões.
A anglo-holandesa Shell, uma das três maiores companhias petrolíferas do mundo, será adicionado em breve para a lista de produtores de petróleo que estão explorando a formação de Vaca Muerta na Bacia de Neuquén. Desde agosto, a unidade de O & G Empreendimentos, o braço que controla a exploração de petróleo e produção, começará a primeira fase de perfuração exploratória das áreas do programa e Mora Aguila Sierras Blancas, localizado em Neuquén.
A primeira instância da iniciativa inclui quatro poços horizontais nos blocos em busca de óleo de xisto (petróleo de argila). "O objetivo é verificar a existência de hidrocarbonetos, a investigar a geologia da área e começar a avaliar o seu potencial", disse Diego Grimaldi, Co-CEO da Medanito, a capital da empresa nacional de petróleo controla 25% dos blocos (10 % são detidos pela empresa da província de Neuquén Oil & Gas).

O programa apresentado pelas empresas para o governo de Jorge Sapag dura três anos e é dividido em três fases adicionais. Para a segunda fase, prevista para 2013, a empresa planeja perfurar quatro poços horizontais, e em um último irá adicionar mais dois para chegar a um total de 10 alvos de perfuração "não convencionais".
"Todos os poços são horizontais e têm como objectivo encontrar áreas potenciais de exploração de xisto betuminoso", disse Grimaldi Revista Petroquímica, Petróleo, Gás e Química desde 2012 organizado pela Cluster gás de xisto e óleo de Neuquen. Enquanto projecto de investimento a demanda final não for confirmada, é estimada em cerca de US $ 300 milhões.
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No final de 2011, a Shell adquiriu 65% de dois depósitos de Neuquén Sierras Blancas e Mora-Eagle para Medanito local para avançar na exploração de xisto betuminoso.
Por sua vez, a companhia petrolífera anglo-holandesa adquiriu no final de março, a Cruz de Lorraine área para Raiser assinatura (empresário Raul Monetta), que também está associada com a Oil and Gas Neuquén. As três áreas de interesse da empresa são, de Norte Loma La Lata, onde YPF anunciou a descoberta de recursos de óleo de xisto de quase 1.000 milhões de barris.
A empresa anglo-holandesa é a segunda maior refinaria do país, com 14% do mercado de combustíveis (atrás YPF), mas para mais de 10 anos que não participa de petróleo upstream. Nos anos 80 e início dos 90 campos de petróleo explorado vários, alguns até mesmo no mar argentino. Mas desde então ele se virou hidrocarbonetos exclusivamente a jusante (embora tenha concedido duas áreas em Salta quase nenhuma operação).
O retorno de mercado da Shell E & P está ligada à possibilidade de desenvolvimento de campos de petróleo não convencionais, uma área onde o óleo tem uma vasta experiência, especialmente em os EUA, onde o gás de xisto contribui com 20% da oferta total o hidrocarboneto.
Shell controla uma refinaria no país localizado em Dock Sud A planta é o mais moderno no parque local. E comercializados derivados através de uma rede de mais de 300 estações.
Representante Local
Enquanto isso, Medanito é talvez o maior grupo de petróleo indicador chamado "independente", sem por trás da volta de um grande grupo multinacional. Em julho de 2011 assinou um acordo com a International Finance Corporation (IFC, por sua sigla em Inglês), braço financeiro do Banco Mundial, que gastou US $ s 48 milhões na Argentina para ficar com 20% da empresa. Com esses recursos, Medanito planeja aumentar ainda mais o desenvolvimento de suas 16 áreas na Bacia de Neuquén.
Como disse Andrew Carosio, gerente geral do investimento petróleo nos blocos para 2012 será superior a US $ 100 milhões, com este detalhe: u $ s 30 milhões em bloco Chivato Aguada, Medianeira u $ s 10 milhões, ou s $ 8 milhões em Cutral Co, u $ s 5 bilhões em Roa Desde então, U $ S 4 milhões em três ninhos e Viejo Catriel u $ s 2,5 milhões na exploração de áreas e Dos La Picos Tropilla. Juntos, eles adicionam u $ s 89 milhões.
Por sua vez, está associada com Medanito Recursos EOG, um especialista norte-americanas de extração de hidrocarbonetos de petróleo tradicionais. A empresa produz cerca de 250 metros cúbicos (m ∂ / d) de petróleo bruto e cerca de 1,2 milhões de m ∂ / d de gás, a empresa utiliza para abastecer uma propriedade usina em Rincón de los Sauces ( acaba de ampliar sua capacidade instalada).
O petróleo terminou nos últimos meses duas grandes projectos a nível de infra-estrutura. Por um lado, está concluindo a instalação de um gasoduto de 24 quilômetros, que exigiu um investimento de $ s 2,3 milhões e vai ligar a Medianeira área com estação de tratamento de gás. No bloco, apresentou um projecto Medanito Gás Plus-o programa oficial que permite preços mais elevados para o novo fluido de oferta, que seria aprovada nos próximos meses. A empresa repetiu uma iniciativa semelhante na área.

Fonte: Revista Petroquímica. 

terça-feira, 17 de julho de 2012

Uma nova era do petróleo está a caminho

Um pesquisador de Harvard, Leonardo Maugeri, faz previsões audaciosas e contraria a teoria de que a era do combustível fóssil está próxima do fim

 

São Paulo - Um estudo recém-publicado sobre o volume das reservas de petróleo – e as novas descobertas no mar, nas rochas e nas areias – está causando alvoroço no mundo acadêmico. Intitulada “Petróleo: A nova Revolução”, a pesquisa feita pelo pesquisador italiano Leonardo Maugeri afirma categoricamente que não só o fim da era do petróleo está longe, como o aumento da capacidade de produção alcançará quase 20% nos próximos oito anos – uma taxa de crescimento que não se vê desde a década de 1980.

Isso significa, nas contas do pesquisador, que o mundo poderá produzir 110,7 milhões de barris de petróleo por dia em 2020. Maugeri redigiu o relatório durante o ano sabático que tirou para estudar na Universidade de Harvard. Até então, o italiano era um dos altos executivos da petrolífera ENI, a maior empresa do setor em seu país. “Ao contrário do que a maioria das pessoas acredita, a capacidade de fornecimento de petróleo está crescendo mundialmente a níveis sem precedentes, e que poderão até superar o consumo”, diz em seu estudo.
A argumentação de Maugeri é calcada em dois pontos que se interligam. O primeiro é a descoberta de novas reservas no mundo ocidental – não apenas de petróleo convencional, como é o caso do encontrado na camada pré-sal brasileira, mas também de jazidas de gás da rocha xisto, nos Estados Unidos, e as areias betuminosas do Canadá. Todas elas são novas formas de petróleo encontradas na natureza – e que diferem do líquido negro e pastoso jorrando da terra.

Tais reservas correspondem às chamadas fontes não convencionais do combustível fóssil, que exigem avançados processos tecnológicos e químicos para sua extração. Isso leva ao segundo ponto defendido pelo pesquisador: de que o surgimento de fontes não-convencionais fará com que o Ocidente transforme-se no novo “centro de gravidade” da produção e exploração de petróleo global, diminuindo a dependência da oferta proveniente do Oriente Médio. Segundo o pesquisador, estima-se que haja no planeta 9 trilhões de barris de combustível fóssil não-convencional. O mundo tem capacidade para produzir, atualmente, 93 milhões de barris por dia – ou 34 bilhões de barris/ano.

Maugeri não sugere que o Iraque ou a Arábia Saudita terão queda em sua capacidade de produção. Muito pelo contrário. As perspectivas para ambos os países são de um acréscimo de 6 milhões de barris/dia de petróleo até 2020. Contudo, graças ao avanço da oferta no Ocidente, ele argumenta que mundo ficará menos sujeito à volatilidade de preço do barril trazida por questões geopolíticas que afetam os países árabes. “Isso fará com que a Ásia seja o mercado de referência para o petróleo árabe e a China se transforme em nova protagonista nas questões políticas da região”, afirma o pesquisador.

Para os Estados Unidos, Maugeri estima que a capacidade de produção passe, dentro de oito anos, dos atuais 8,1 milhões de barris/dia para 11,6 milhões de barris/dia. Em outras palavras, o país deve desbancar a Rússia e se tornar o segundo maior produtor de petróleo – os sauditas seguirão na liderança. No caso do Brasil, Maugeri prevê que a capacidade de produção deverá sair de 2 milhões de barris/dia para 4,5 milhões de barris/dia em 2020 devido à exploração do pré-sal.

Avanços tecnológicos – O estudo do pesquisador italiano foi taxado de otimista por parte da comunidade acadêmica. A principal crítica de estudiosos está no fato de Maugeri ter minimizado os riscos e os desafios de investimento nos avanços tecnológicos necessários para extrair petróleo de fontes não convencionais. “Quando se exige uma tecnologia muito mais avançada, que envolve altos custos ambientais, esbarra-se na questão do preço. Quanto os investidores estarão dispostos a investir nesse tipo de empreitada e quanto os consumidores estarão dispostos a pagar por esse combustível? Esse tipo de resposta é imprevisível, por enquanto”, afirma Peter Kiernan, da Economist Intelligence Unit (EIU).

Maugeri, contudo, fez a conta. Segundo ele, mesmo com um barril de petróleo cotado a 70 dólares – hoje o contrato para agosto do produto sai por 87,10 dólares o barril nos EUA e 102,40 dólares por barril no mercado europeu –, a extração de toda essa nova capacidade será lucrativa. Isso levaria a commodity a um novo patamar de preço que, segundo o pesquisador, poderá transformá-la em alternativa energética mais barata. “É preciso pensar que o petróleo ‘fácil e barato’ de hoje não era tão fácil e barato quando foi descoberto”, diz ele. O estudo que publicou em Harvard aponta que 2012 não encontra precedentes em aportes de recursos no desenvolvimento de novas tecnologias de extração e produção. Até o final do ano, serão 600 bilhões de dólares em investimentos – um recorde que deverá implicar melhora de eficiência nos próximos anos.

Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), também cita o exemplo do gás de xisto nos Estados Unidos como exemplo do que está por vir. Há dez anos, o uso deste produto como fonte de energia era praticamente inexistente no país e hoje representa mais de 23% da oferta de combustível. “Muitos acreditam que poderá até mesmo haver uma superoferta de gás em 2017”, explica Pires. Na edição desta semana, a revista britânica Economist discorre sobre o gás natural (em especial, o de xisto nos EUA) em 14 páginas de reportagem. O estado de Dakota do Norte, onde está localizada a reserva de Bakken, a maior fonte americana de gás, é considerado o eldorado do emprego no país.

A teoria do fim – O mundo do petróleo é dividido em dois grupos teóricos – com poucos adeptos ao meio termo. Numa ponta da discussão estão os adeptos da teoria do “pico do petróleo”, que prevê o fim do mineral devido à explosão do consumo e ao esgotamento das reservas. Tadeusz Patzek, professor e engenheiro de petróleo da Universidade do Texas, em Austin, é um de seus defensores mais fervorosos.

“Há um aumento de fontes de combustível, mas há um aumento muito maior da demanda, sobretudo em mercados emergentes como China e Índia. Por outro lado, grandes exportadores, como países do Oriente Médio, continuam produzindo, mas exportam menos. E isso ocorre porque estão consumindo o petróleo que produzem. Como é possível falar em aumento de oferta se as exportações não irão aumentar”, questiona. Para Patzek, o petróleo não irá acabar, mas a oferta não crescerá no mesmo ritmo que a demanda. Sobre isso, o ex-ministro de Energia da Arábia Saudita dos anos 1970, o Sheik Ahmed Zaki Yamani, tem uma frase histórica repetida à exaustão do Texas a Bagdá. “A Idade da Pedra não acabou pela falta de pedra, e a Idade do Petróleo irá acabar muito antes que o mundo fique sem petróleo”.

A escola alternativa, que tem no premiado Daniel Yergin – autor do livro vencedor do Pulitzer, 'O Prêmio' – um de seus maiores expoentes, acredita na evolução tecnológica como caminho para explorar as reservas existentes e descobrir formas alternativas de combustível. A teoria do fim do petróleo é, para eles, infundada. “Crises energéticas já foram anunciadas inúmeras vezes, assim como a morte do petróleo. Até agora, nada disso aconteceu. Mas o discurso fatalista persiste mesmo entre especialistas no assunto. Ignoram-se as conquistas que a tecnologia já proporcionou e ainda vai proporcionar futuramente”, disse Yergin em entrevista a VEJA, em 2007.

Ele lembrou que os investimentos em novas tecnologias permitiram que os Estados Unidos dobrassem sua produção de energia desde a década de 70. “Por que não a dobrariam nos próximos trinta anos?”. Os cálculos de Maugeri mostram que, cinco anos após esta entrevista, Yergin e a linha de pensamento em que se enquadra estão vencendo o debate na academia.

Um lugar para os “verdes” – O peso das previsões alarmistas sobre o fim da era do petróleo tende, portanto, a perder força. Mas é verdade também que toda a gama de fontes renováveis de energia – vistas como um contraponto ao uso de combustíveis fósseis – terá seu lugar garantido no futuro. Os ambientalistas podem até exercer pressão pela prevalência dos combustíveis “verdes”, mas a continuidade dos investimentos no segmento está assegurada por uma combinação de fatores sociais, econômicos e geopolíticos.

As sociedades atuais, nos mais diversos países, são mais empenhadas em cobrar responsabilidade ambiental de governos e empresas. Neste sentido, grandes tragédias representam pontos de inflexão. O acidente da plataforma da BP no Golfo do México, em 2010, gerou, por exemplo, uma mobilização antipetróleo nos Estados Unidos que tornou a operação de extração em águas profundas muito mais cara. “Os acidentes são poucos. Mas, quando acontecem, são dramáticos. E isso cria uma pressão social que tem impacto direto no preço da exploração”, diz Kiernan, da EIU. Em resumo, a cobrança por tecnologias seguras de exploração implica custos para as grandes empresas – e estes podem ser bem altos – que podem tornar interessantes investimentos em biocombustíveis, energia eólica, etc.
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Matriz diversificada – O fator mais relevante, contudo, chama-se legislação. Governos de diversas nações tanto podem, por força de lei, inibir determinados tipos de exploração quanto viabilizar fontes renováveis. Os líderes dos países o fazem provavelmente menos em resposta aos anseios da população e mais por puro planejamento estratégico. Afinal, todos se preocupam em garantir uma oferta farta de energia por décadas e décadas porque não é possível correr o risco de limitar o crescimento econômico por sua escassez. É demasiadamente arriscado confiar em poucas fontes quando se quer ter um futuro seguro.

Além disso, os governos não querem ficar dependentes e vulneráveis às instabilidades de países produtores – muitos dos quais são até hoje ditaduras. Autossuficiência é, portanto, mais que mero capricho. Para Adriano Pires, este cenário deverá equilibrar avanços tecnológicos, preservação ambiental e busca por novas fontes de energia para complementar a oferta mundial. “Eu vejo a matriz energética do mundo muito mais diversificada daqui para frente, mas ainda com uma participação grande recaindo sobre o petróleo e o gás”, diz o especialista.

Fonte: Ana Clara Costa, de Veja

quarta-feira, 4 de julho de 2012

 Notícias Para concluir refinarias, Petrobras poderá negociar com empresas estrangeiras



Para concluir refinarias, Petrobras poderá negociar com empresas estrangeiras



Preocupado com o atraso no cronograma de obras das refinarias da Petrobras que fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o governo deu sinal verde para que a estatal acelere a negociação de parcerias com empresas estrangeiras. Além da Premium II, do Ceará, estão na lista Comperj, Abreu e Lima e Premium I.

Segundo especialistas, a entrada de capital estrangeiro vai evitar que o país deixe de construir os empreendimentos. Sem elas, a dependência cresceria tanto que, em 2020, acabaria por colocar em risco a autonomia e o crescimento do país.

A alternativa, que vinha sendo evitada para preservar a autonomia do país no processamento do petróleo do pré-sal, é vista agora como uma saída para manter os prazos de conclusão e operação, após a decisão da Petrobras de reduzir o ritmo de investimentos em refino no seu Plano de Negócios 2012/2016.

Entre as empresas estrangeiras interessadas está a gigante chinesa Sinopec, que atualmente opera no país em consórcios para exploração de campos de petróleo. Outras multinacionais da área de refino já manifestaram interesse em se associar com a Petrobras, mas as parcerias não prosperaram. A exceção é a venezuelana PDVSA, que participa da construção da refinaria Abreu e Lima.

A Petrobras não confirma as negociações, mas, segundo fontes do governo, a opção pelo capital estrangeiro decorre da avaliação de que postergar prazos para refino significa aumentar perigosamente a dependência do país de combustíveis derivados de petróleo importados.
Fonte: Redação/ Agência